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CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA - Compêndio << Quarta Parte >>


"O Compêndio, que agora apresento à Igreja universal, é uma síntese fiel e segura do Catecismo da Igreja Católica. Ele contém, de maneira concisa, todos os elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja, de forma a constituir, como desejara o meu Predecessor, uma espécie de vademecum, que permita às pessoas, aos crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica.

Ele espelha fielmente na estrutura, nos conteúdos e na linguagem o Catecismo da Igreja Católica, que encontrará nesta síntese uma ajuda e um estímulo para ser mais conhecido e aprofundado."

BENEDICTUS PP XVI

QUARTA PARTE

A ORAÇÃO CRISTÃ

PRIMEIRA SEÇÃO - A ORAÇÃO NA VIDA CRISTÃ

534. O que é a oração? 2558-2565-2590 A oração consiste em elevar a alma a Deus ou em pedir a Deus bens conformes à sua vontade. Ela é sempre um dom de Deus que vem ao encontro do homem. A oração cristã é relação pessoal e viva dos filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo que habita no coração daqueles.

CAPÍTULO PRIMEIRO

A REVELAÇÃO DA ORAÇÃO

535. Porque é que existe um chamamento universal à oração? 2566-2567 Porque primeiramente Deus, através da criação, chama do nada todos os seres e ainda porque, mesmo depois da queda, o homem continua a ser capaz de reconhecer o seu Criador, conservando o desejo d’Aquele que o chamou à existência. Todas as religiões e, em especial, toda a história da salvação, testemunham este desejo de Deus por parte do homem, se bem que é sempre Deus que primeiro e incessantemente atrai cada uma das pessoas para o encontro misterioso da oração.

A REVELAÇÃO DA ORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

536. Como é que Abraão é um modelo de oração? 2570-2573-2592 Abraão é um modelo de oração porque caminha na presença de Deus, O escuta e Lhe obedece. A sua oração é um combate da fé, porque ele continua a crer na fidelidade de Deus mesmo nos momentos de provação. Além disso, depois de receber na sua tenda a visita do Senhor, que lhe confia os seus desígnios, Abraão ousa interceder pelos pecadores, com audaciosa confiança.

537. Como rezava Moisés? 2574-2577-2593 A oração de Moisés é o tipo da oração contemplativa: Deus, que, da Sarça ardente, chama Moisés, conversa muitas vezes e longamente com ele «face a face, como um homem com o seu amigo» (Ex 33,11). Nesta intimidade com Deus, Moisés recebe a força para interceder tenazmente em favor do povo: a sua oração prefigura assim a intercessão do único mediador, Cristo Jesus.

538. Quais as relações do templo e do rei com a oração, no Antigo Testamento? 2578-2580-2594 À sombra da morada de Deus – a Arca da Aliança e mais tarde o templo – cresce a oração do Povo de Deus, sob a orientação dos seus pastores. Entre eles, David é o rei «segundo o coração de Deus», o pastor que reza pelo seu povo. A sua oração é um modelo da oração do povo pois é adesão à promessa divina e confiança cheia de amor n’Aquele que é o único Rei e Senhor.

539. Qual a importância da oração na missão dos profetas? 2581-2584 Os profetas recebem da oração luz e força para exortar o povo à fé e à conversão do coração. Entram numa grande intimidade com Deus e intercedem pelos irmãos, aos quais anunciam tudo o que viram e ouviram da parte do Senhor. Elias é o pai dos profetas, isto é, dos que procuram o Rosto de Deus. No Monte Carmelo, obtém o regresso do povo à fé, graças à intervenção de Deus, a quem suplica: «Responde-me Senhor, responde-me!» (1Rs 18,37).

540. Qual é a importância da oração dos salmos? 2579-2585-2589-2596-2597 Os Salmos são o vértice da oração no Antigo Testamento: a Palavra de Deus torna-se oração do homem. Inseparavelmente pessoal e comunitária, esta oração, inspirada pelo Espírito Santo, canta as maravilhas de Deus na criação e na história da salvação. Cristo rezou os Salmos, e deu-lhes pleno cumprimento. E é por isso que eles permanecem um elemento essencial e permanente da oração da Igreja, adaptados aos homens de todas as condições e de todos os tempos.

A ORAÇÃO PLENAMENTE REVELADA E REALIZADA EM JESUS

541. Quem ensinou Jesus a rezar? 2599-2620 Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a rezar por sua Mãe e pela tradição judaica. Mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o Filho eterno de Deus, que, na sua santa humanidade, dirige a seu Pai a oração filial perfeita.

542. Quando Jesus rezava? 2600-2604-2620 O Evangelho apresenta muitas vezes Jesus em oração. Ele retira-se para a solidão, mesmo de noite. Jesus reza antes dos momentos decisivos da sua missão ou da missão dos Apóstolos. De fato, toda a sua vida é oração, porque Ele existe numa comunhão constante de amor com o Pai.

543. Como rezou Jesus na sua paixão? 2605-2606-2620 A oração de Jesus durante a agonia no Jardim de Getsemani e nas últimas palavras sobre a cruz revelam a profundidade da sua oração filial: Jesus conduz à sua realização o desígnio de amor do Pai e toma sobre si todas as angústias da humanidade, todas as interrogações e intercessões da história da salvação. Ele apresenta-as ao Pai que as acolhe e escuta, para lá de toda a esperança, ressuscitando-O dos mortos.

544. Como Jesus nos ensina a rezar? 2608-2614-2621 Jesus ensina-nos a rezar, não só com a oração do Pai nosso, mas também com a sua própria oração. Assim, para além do conteúdo, ensina-nos as disposições requeridas para uma verdadeira oração: a pureza do coração que procura o Reino e perdoa aos inimigos; a confiança audaz e filial que se estende para além do que sentimos e compreendemos; a vigilância que protege o discípulo da tentação; a oração no Nome de Jesus, nosso Mediador junto do Pai.

545. Porque é eficaz a nossa oração? 2615-2616 A nossa oração é eficaz porque está unida à de Jesus mediante a fé. N’Ele, a oração cristã torna-se comunhão de amor com o Pai. Podemos, neste caso, apresentar os nossos pedidos a Deus e ser atendidos: «Pedi e recebereis, assim a vossa alegria será completa» (Jo 16,24).

546. Como é que a Virgem Maria rezava? 2617-2622-2618-2674-2679 A oração de Maria caracteriza-se pela fé e pela oferta generosa de todo o seu ser a Deus. A Mãe de Jesus é a Nova Eva, a «Mãe dos viventes»: ela pede a Jesus, seu Filho, pelas necessidades de todos os homens.

547. Existe no Evangelho uma oração de Maria? 2619-2619 Para além da intercessão de Maria em Caná da Galileia, o Evangelho apresenta-nos o Magnificat (Lc 1,46-55), cântico da Mãe de Deus e da Igreja, jubilosa ação de graças que se eleva do coração dos pobres porque a sua esperança foi realizada pelo cumprimento das promessas divinas.

A ORAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA

548. Como rezava a primeira comunidade cristã de Jerusalém? 2623-2624 No início dos Actos dos Apóstolos está escrito que na primeira comunidade de Jerusalém, educada pelo Espírito Santo na vida de oração, os crentes «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, fiéis à união fraterna, à fracção do pão e às orações» (At 2,42).

549. Como intervém o Espírito Santo na oração da Igreja? 2623-2625 O Espírito Santo, Mestre interior da oração cristã, forma a Igreja para a vida de oração e a faz entrar cada vez mais profundamente na contemplação e na união com o insondável mistério de Cristo. As formas de oração, tais como as revelam os Escritos apostólicos e canónicos, permanecerão sempre normativas para a oração cristã.

550. Quais são as formas essenciais da oração cristã? 2643-2644 São a bênção e a adoração, a oração de petição e a intercessão, a ação de graças e o louvor. A Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração.

551. O que é a bênção? 2626-2627-2645 A bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: nós bendizemos o Omnipotente que primeiramente nos abençoa e enche dos seus dons.

552. Como se pode definir a adoração? 2628 A adoração é a prostração do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador três vezes santo.

553. Quais são as diversas formas da oração de petição? 2629-2633-2646 Pode ser um pedido de perdão ou mesmo uma súplica humilde e confiante em relação a todas as nossas necessidades espirituais ou materiais. Mas a primeira realidade a desejar é a vinda do Reino.

554. Em que consiste a intercessão? 2634-2636-2647 A intercessão consiste no pedir em favor doutro. Ela conforma-nos e une-nos à oração de Jesus que intercede junto do Pai por todos os homens, em especial pelos pecadores. A intercessão deve estender-se também aos inimigos.

555. Quando se dá a Deus ação de graças?

2637-2638-2648 A Igreja dá graças a Deus incessantemente, sobretudo ao celebrar a Eucaristia, na qual Cristo a faz participar na sua ação de graças ao Pai. Todos os acontecimentos se convertem para o cristão em motivo de ação de graças.

556. O que é a oração de louvor? 2639-2643-2649 O louvor é a forma de oração que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus. É completamente desinteressada: canta Deus por Ele ser quem é e glorifica-O porque Ele é.

CAPÍTULO SEGUNDO

A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO

557. Qual a importância da Tradição em relação à oração? 2650-2651 Na Igreja, é através duma Tradição viva que o Espírito Santo ensina os filhos de Deus a orar. A oração não se reduz, com efeito, ao brotar espontâneo dum impulso interior, mas implica contemplação, estudo e compreensão das realidades espirituais que se experimentam.

NAS FONTES DA ORAÇÃO

558. Quais as fontes da oração cristã? 2652-2662 São: a Palavra de Deus, que nos dá a «sublime ciência de Cristo» (Fl 3,8); a Liturgia da Igreja que anuncia, actualiza e comunica o mistério da salvação; as virtudes teologais; as situações quotidianas, porque nelas podemos encontrar Deus. «Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de Vos amar eternamente. Meu Deus, se a minha língua não pode repetir, a todo o momento, que Vos amo, quero que o meu coração o repita tantas vezes quantas eu respiro»(S. João Maria Vianney).

O CAMINHO DA ORAÇÃO

559. Na Igreja existem diferentes caminhos de oração? 2663 Na Igreja existem diferentes caminhos de oração, segundo os diferentes contextos históricos, sociais e culturais. Pertence ao Magistério discernir a sua fidelidade à tradição da fé apostólica e aos pastores e catequistas o explicar-lhe o sentido, que é sempre referido a Jesus Cristo.

560. Qual é o caminho da nossa oração? 2664-2680-2681 O caminho da nossa oração é Cristo, porque ela se dirige a Deus nosso Pai, mas aquela só chega até Ele, se, ao menos implicitamente, rezamos no Nome de Jesus. A sua humanidade é, pois, o único caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a rezar a Deus nosso Pai. Por isso as orações litúrgicas concluem-se com a fórmula: «Por nosso Senhor Jesus Cristo».

561. Qual o papel do Espírito Santo na oração? 2670-2672-2680-2681 Uma vez que o Espírito Santo é o Mestre interior da oração cristã e «nós não sabemos o que devemos pedir» (Rm 8,26), a Igreja exorta-nos a invocá-lo e a implorá-lo em todas as ocasiões: «Vinde, Espírito Santo!».

562. Em que é que a oração cristã é mariana? 2673-2679 -2682 Em virtude da sua singular cooperação com a ação do Espírito Santo, a Igreja gosta de orar a Maria e de orar com Maria, a Orante perfeita, para com Ela engrandecer e invocar o Senhor. De fato, Maria, «mostra-nos o caminho» que é o Seu Filho, o único Mediador.

563. Como é que a Igreja reza a Maria? 2676-2678-2682 Antes de mais com a Ave Maria, oração mediante a qual a Igreja pede a intercessão da Virgem. Outras orações marianas são o Rosário o hino Acatistos, a Paraclisis, os hinos e os cânticos das diversas tradições cristãs.

GUIAS PARA A ORAÇÃO

564. Como é que os Santos são guias de oração? 2683-2684-2692-2693 Os santos são modelos de oração e a eles pedimos para, junto da Santíssima Trindade, intercederem por nós e pelo mundo inteiro. A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao desígnio de Deus. Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história da Igreja, diversos tipos de espiritualidade, que ensinam a viver e a pôr em prática a oração.

565. Quem pode educar na oração? 2685-2690-2694-2695 A família cristã é o primeiro lugar da educação na oração. A oração familiar quotidiana é especialmente recomendada porque é o primeiro testemunho da vida de oração da Igreja. A catequese, os grupos de oração, a «direcção espiritual» constituem uma ajuda e uma escola de oração.

566. Quais os lugares favoráveis à oração? 2691-2696 Em toda a parte se pode rezar, mas a escolha de um lugar apropriado não é indiferente para a oração. A igreja é o lugar próprio da oração litúrgica e da adoração eucarística. Também outros lugares ajudam a rezar, como um «recanto de oração» em casa; um mosteiro; um santuário.

CAPÍTULO TERCEIRO

A VIDA DE ORAÇÃO

567. Quais os momentos mais indicados para a oração? 2697-2698-2720 Todos os momentos são indicados para a oração, mas a Igreja propõe aos fiéis ritmos destinados a alimentar a oração contínua: orações da manhã e da noite, antes e depois das refeições, liturgia das Horas; Eucaristia dominical; Santo Rosário; festas do ano litúrgico. «Devemos lembrar-nos de Deus, com mais frequência do que respiramos» (S. Gregório de Nazianzo).

568. Quais as expressões da vida de oração? 2697-2699 A tradição cristã conservou três modos para expressar e viver a oração: a oração vocal, a meditação e a oração contemplativa. Têm em comum o recolhimento do coração.

AS EXPRESSÕES DA ORAÇÃO

569. Como se caracteriza a oração vocal? 2700-2704-2722 A oração vocal associa o corpo à oração interior do coração. Mesmo a mais interior das orações não poderia prescindir da oração vocal. Em todo o caso, ela deve brotar duma fé pessoal. Com o Pai Nosso, Jesus ensinou-nos uma fórmula perfeita de oração vocal.

570. O que é a meditação? 2705-2708-2723 A meditação é uma reflexão orante, que parte sobretudo da Palavra de Deus na Bíblia. Mobiliza a inteligência, a imaginação, a emoção, o desejo, para aprofundar a nossa fé, suscitar a conversão do nosso coração e fortalecer a nossa vontade de seguir a Cristo. É uma etapa preliminar em direção à união de amor com o Senhor.

571. O que é a oração contemplativa? 2709-2719 2724-2739-2741 A oração contemplativa é um simples olhar sobre Deus no silêncio e no amor. É um dom de Deus, um momento de fé pura durante o qual o orante procura Cristo, se entrega à vontade amorosa do Pai e concentra o seu ser sob a ação do Espírito. Santa Teresa de Ávila define-a como uma íntima relação de amizade, «em que muitas vezes dialogamos a sós com Deus, por Quem sabemos ser amados».

O COMBATE DA ORAÇÃO


572. Porque é que a oração é um combate? 2725 A oração é um dom da graça, mas pressupõe sempre uma resposta decidida da nossa parte, porque o que reza combate contra si mesmo, contra o ambiente e sobretudo contra o Tentador, que faz tudo para retirá-lo da oração. O combate da oração é inseparável do progresso da vida espiritual. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza.

573. Quais as objeções à oração? 2726-2728-2752-2753 Para lá das formas errôneas de conceber a oração, muitos pensam que não têm tempo para rezar ou então que seja inútil. Os que rezam podem desanimar perante as dificuldades e os insucessos aparentes. Para vencer estes obstáculos são necessárias a humildade, a confiança e a perseverança.

574. Quais as dificuldades da oração? 2729-2733-2754-2755 A distracção é a dificuldade habitual da nossa oração. Ela afasta da atenção a Deus e pode também revelar aquilo a que estamos apegados. O nosso coração deve então regressar humildemente ao Senhor. A oração é muitas vezes insidiada pela aridez, cuja superação, na fé, permite aderir ao Senhor, mesmo sem uma consolação sensível. A acédia é uma forma de preguiça espiritual devida ao relaxamento da vigilância e à negligência na guarda do coração.

575. Como fortalecer a nossa confiança filial? 2734-2741-2756 A confiança filial é posta à prova quando pensamos que não somos atendidos. Devemos interrogar-nos, então, se Deus é para nós um Pai do qual procuramos cumprir a vontade, ou não será antes um simples meio para obter o que queremos. Se a nossa oração se une à de Jesus, sabemos que Ele nos concede muito mais do que este ou aquele dom: recebemos o Espírito Santo que transforma o nosso coração.

576. É possível rezar a todo o momento? 2742-2745-2757 Orar é sempre possível porque o tempo do cristão é o tempo de Cristo ressuscitado, o qual «permanece connosco todos os dias» (Mt 28,20). Oração e vida cristã são por isso inseparáveis. «É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio sozinho, fazer oração frequente e fervorosa. É possível mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, ou até mesmo a cozinhar»(S. João Crisóstomo).

577. O que é a oração da Hora de Jesus? 2604-2746-2755-2758 É a chamada oração sacerdotal de Jesus na Última Ceia. Jesus, o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, dirige-a ao Pai quando chega a Hora da sua «passagem» para Ele, a Hora do seu sacrifício.

SEGUNDA SEÇÃO A ORAÇÃO DO SENHOR: PAI NOSSO

Pai Nosso Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Pater Noster Pater noster, qui es in cælis: sanctificétur Nomen Tuum: advéniat Regnum Tuum: fiat volúntas Tua, sicut in cælo, et in terra. Panem nostrum cotidiánum da nobis hódie, et dimítte nobis débita nostra, sicut et nos dimíttimus debitóribus nostris. et ne nos indúcas in tentatiónem; sed líbera nos a Malo.

578. Qual é a origem da oração do Pai Nosso? 2759-2760-2773 Jesus ensinou-nos esta oração cristã insubstituível, o Pai Nosso, um dia quando um dos discípulos, vendo-O rezar, lhe pediu: «Ensina-nos a rezar» (Lc 11,1). A tradição litúrgica da Igreja usou sempre o texto de S. Mateus (Mt 6,9-13).

«A SÍNTESE DE TODO O EVANGELHO»

579. Qual é o lugar do Pai Nosso nas Escrituras? 2761-2764-2774 O Pai Nosso é a «síntese de todo o Evangelho» (Tertuliano), «a oração perfeitíssima» (S. Tomás de Aquino). Situado no centro do Discurso da Montanha (Mt 5,7), retoma, sob a forma de oração, o conteúdo essencial do Evangelho.

580. Porque se chama «a oração do Senhor»? 2765-2766-2775 O Pai Nosso é a «Oração dominical», ou seja «a oração do Senhor», porque nos foi ensinado pelo próprio Senhor Jesus.

581. Que lugar ocupa o Pai Nosso na oração da Igreja?

2767-2772-2776 O Pai Nosso é a oração da Igreja por excelência e é «entregue» no Batismo para manifestar o novo nascimento para a vida divina dos filhos de Deus. A Eucaristia mostra-lhe o sentido pleno, visto que as suas petições, fundadas no mistério da salvação já realizada, e que serão plenamente atendidas na vinda do Senhor. O Pai Nosso é também parte integrante da liturgia das Horas.

«PAI NOSSO, QUE ESTAIS NOS CÉUS»

582. Porque podemos «ousar aproximar-nos com toda a confiança» do Pai? 2777-2778-2797 Porque Jesus, nosso Redentor, nos apresenta diante do Rosto do Pai, e o seu Espírito faz de nós filhos. Podemos assim rezar o Pai Nosso com uma confiança simples e filial, com uma alegre segurança e uma audácia humilde, com a certeza de ser amados e atendidos.

583. Como é possível invocar a Deus como «Pai»? 2779-2785-2789-2798-2800 Podemos invocar o «Pai», porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque o seu Espírito no-Lo faz conhecer. A invocação do Pai introduz-nos no seu mistério com uma admiração sempre nova e suscita em nós o desejo dum comportamento filial. Ao rezar a oração do Senhor estamos conscientes de sermos filhos no Filho do eterno Pai.

584. Porque dizemos «Pai Nosso»? 2786-2790-2801 «Nosso» exprime uma relação totalmente nova com Deus. Sempre que rezamos ao Pai, adoramo-Lo e glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito. Em Cristo, somos o «seu» Povo e Ele é o «nosso» Deus, desde agora e para a eternidade. Dizemos, com efeito, Pai «nosso», porque a Igreja de Cristo é a comunhão duma multidão de irmãos que têm «um só coração e uma só alma» (At 4,32).

585. Com que espírito de comunhão e missão dizemos ao rezar a Deus Pai «nosso»? 2791-2793-2801 Dado que rezar o Pai «nosso» é um bem comum de todos os batizados, estes sentem o apelo urgente a participar na oração de Jesus pela unidade dos seus discípulos. Rezar o «Pai Nosso» é rezar com e por todos os homens, para que conheçam o único e verdadeiro Deus e sejam reunidos na unidade.

586. Que significa a expressão «que estais nos céus»? 2794-2796-2802 Esta expressão bíblica não indica um lugar mas uma maneira de ser: Deus está para lá e acima de tudo. Designa a majestade, a santidade de Deus, e também a sua presença no coração dos justos. O céu, ou a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para a qual tendemos na esperança, enquanto estamos ainda na terra. Nós vivemos já nela «escondidos com Cristo em Deus».

AS SETE PETIÇÕES

587. Como é composta a oração do Senhor? 2803-2806-2857 A oração do Senhor contém sete petições a Deus Pai. As primeiras três, mais teologais, aproximam-nos d’Ele, para a sua glória: pois é próprio do amor pensar antes de mais n’Aquele que amamos. Elas sugerem o que em especial devemos pedir-Lhe: a santificação do seu Nome, a vinda do seu Reino, a realização da sua Vontade. As últimas quatro apresentam ao Pai de misericórdia as nossas misérias e as nossas expectativas. Pedimos que nos alimente, nos perdoe, nos defenda nas tentações e nos livre do Maligno.

588. O que quer dizer «santificado seja o Vosso nome»? 2858 Santificar o Nome de Deus é, antes de mais, um louvor que reconhece Deus como Santo. De fato, Deus revelou o seu santo Nome a Moisés e quis que o seu povo lhe fosse consagrado como uma nação santa na qual Ele habita.

589. Como é santificado o Nome de Deus em nós e no mundo? 2813-2815 Santificar o Nome de Deus que nos chama «à santificação» (1Ts 4,7) é desejar que a consagração baptismal vivifique toda a nossa vida. É pedir, além disso, com a nossa vida e a nossa oração, que o Nome de Deus seja conhecido e bendito por todos os homens.

590. Que pede a Igreja rezando: «Venha a nós o vosso Reino»? 2816-2821-2859 A Igreja pede a vinda final do Reino de Deus mediante o regresso de Cristo na glória. Mas a Igreja reza, também, para que o Reino de Deus cresça, já hoje, graças à santificação dos homens no Espírito e graças ao seu empenho ao serviço da justiça e da paz, segundo as Bem-aventuranças. Este pedido é o grito do Espírito e da Esposa: «Vem Senhor Jesus» (Ap 22,20).

591. Porque pedir: «Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu»? 2822-2827-2860 A vontade do Pai é que «todos os homens sejam salvos» (1Tm 2,3). Para isso é que Jesus veio: para realizar perfeitamente a Vontade salvífica do Pai. Nós pedimos a Deus Pai que una a nossa vontade à do seu Filho, a exemplo de Maria Santíssima e dos Santos. Pedimos que o seu desígnio de benevolência se realize plenamente na terra como no céu. É mediante a oração que podemos «discernir a vontade de Deus» (Rm 12,2) e obter a «perseverança para a cumprir» (Hb 10,36).

592. Que significa o pedido: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje»? 2828-2834-2861 Ao pedir a Deus, com o confiante abandono dos filhos, o alimento quotidiano necessário a todos para a subsistência, reconhecemos o quanto Deus nosso Pai é bom e está acima de toda a bondade. Pedimos também a graça de saber agir de modo que a justiça e a partilha façam com que a abundância de uns possa prover às necessidades dos outros.

593. Qual é o específico sentido cristão deste pedido? 2835-2837-2861 Porque «o homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4,4), este pedido refere-se igualmente à fome da Palavra de Deus e à do Corpo de Cristorecebido na Eucaristia, bem como à fome do Espírito Santo. Pedimo-Lo, com uma confiança absoluta, para hoje, o hoje de Deus, o qual nos é dado sobretudo na Eucaristia que antecipa o banquete do reino que há-de vir.

594. Porque dizer: «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido»? 2838-2839-2862 Ao pedir a Deus Pai para nos perdoar, reconhecemo-nos pecadores diante d’Ele. E, ao mesmo tempo, confessamos a sua misericórdia, porque, no seu Filho e através dos sacramentos, «recebemos a redenção, o perdão dos pecados» (Cl 1,14). Porém, o nosso pedido só será atendido se tivermos perdoado aos que nos ofenderam.

595. Como é que é possível o perdão? 2840-2845-2862 A misericórdia penetra no nosso coração só se também nós soubermos perdoar, até aos nossos inimigos. Ora, mesmo que ao homem pareça impossível satisfazer esta exigência, o coração que se oferece ao Espírito Santo pode, como Cristo, amar até ao extremo do amor, mudar a ferida em compaixão, transformar a ofensa em intercessão. O perdão participa da misericórdia divina e é um vértice da oração cristã.

596. O que significa: «Não nos deixeis cair em tentação»? 2846-2849-2863 Pedimos a Deus Pai que não nos deixe sozinhos e à mercê da tentação. Pedimos ao Espírito para sabermos discernir entre a provação que ajuda a crescer no bem e a tentação que conduz ao pecado e à morte, e, ainda, entre ser tentados e consentir na tentação. Esta petição coloca-nos em união com Jesus, que, com a sua oração, venceu a tentação e solicita a graça da vigilância e da perseverança final.


597. Porque concluímos pedindo: «Mas livra-nos do Mal»? 2850-2854-2864 O Mal indica a pessoa de Satanás que se opõe a Deus e que é «o sedutor de toda a terra» (Ap 12,9). A vitória sobre o diabo já foi alcançada por Cristo. Mas nós pedimos para que a família humana seja libertada de Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom precioso da paz e a graça da esperança perseverante da vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do Maligno.

598. O que significa o Amém final? 2855-2856-2865 «Depois, acabada a oração, tu dizes: Amém, corroborando com o Amém, que significa “Assim seja, que isso se faça”, tudo o que está contido na «oração que Deus nos ensinou»(S. Cirilo de Jerusalém).


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